Alfonso Herrera fala sobre exploração, trauma no Brasil e motivo de não entrar na turnê do RBD

28 de março de 2023, 14h51, por Amanda Ramalho

Ator mexicano Alfonso Herrera decidiu quebrar o silêncio e falou sobre seus motivos de não integrar a "Soy Rebelde Tour".

Por muitos e muitos anos, Alfonso teve sua trajetória marcada pela novela "Rebelde" e o grupo RBD - do qual os dois produtos eram do canal de TV Televisa.

Ao jornal "El País", em que deu uma entrevista para divulgar a produção "¡Que Viva México!", o ator e cantor falou sobre alguns acontecimentos, traumas e explorações pela qual ele, Anahí, Christian Chávez, Christopher Uckermann, Dulce Maria e Maite Perroni eram submetidos.

Quando indagado sobre os motivos de não participar da celebração de 20 anos com uma série de shows pelo mundo afora, o ator disse que está feliz e que deseja muitas coisas boas para a trupe:

"Sei que [a turnê “Soy Rebelde”] será um sucesso enorme e não desejo outra coisa além de coisas boas a todos eles (...) Foi difícil porque assinamos um contrato cedendo os direitos do personagem da novela, da imagem deles e de tudo que foi explorado em termos de merchandising. Não vimos um único centavo", comentou a emissora.

"Eu tinha 23 ou 24 anos e via a cara dos meus colegas em todos os lugares vendendo biscoitos, chicletes, sucos, cadernos, tênis, lápis e nada… A emissora de televisão dona desse projeto [Televisa] não foi justa e não é questão de dinheiro, tem a ver com a questão de trabalho. Fizemos um show no Coliseo de Los Angeles com 63 mil pessoas, por exemplo, e eles me pagaram 18 mil pesos por isso!", confessou.

Alfonso contou que respeita a decisão do retorno da banda, que sabe sobre o tumulto que eles arrastam por onde passa, mas que até hoje tem um pouco de receio de lugares cheios devido ao que aconteceu no Brasil - em 2007 três pessoas morreram pisoteadas em uma sessão de autógrafos.

"Compartilhamos coisas que ninguém sabe e nós seis estivemos lá em momentos alegres e em tempos difíceis, como no Brasil. Até hoje tenho um pouco de medo quando vou a um lugar onde tem muita gente (...) Estávamos sozinhos e nos apoiamos porque não tínhamos apoio psicológico para lidar com essa situação. Foi muito difícil. Anos depois voltamos ao Brasil, reencontramos os parentes e eu conheci o pai de uma das meninas que perdeu a vida. Aquele acontecimento me marcou de uma forma muito profunda e, por mais que eu tente dar a volta por cima, ele ainda está lá".

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