Entrevista: Kelly Key

20 de julho de 2010, 18h12, por Da redação, por Tatiana Pires

Com novo visual (madeixas mais loiras e cabelos curtos), a cantora carioca Kelly Key se prepara para algumas mudanças musicais e promete novidades! Uma mostra é o novo single “K Diferente”, que ela apresentou no Game Show (quadro exibido pela Record no programa Hoje em Dia) e que integra o repertório de seus shows.

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Sem data prevista para lançar um novo álbum, Kelly Key pretende investir mais em sua carreira musical e diz que haverá muitas surpresas aos fãs. “Eu quero trazer umas ‘coisinhas’ assim mais pista para o meu trabalho”, declarou.

A simpaticíssima Kelly Key concedeu uma entrevista exclusiva ao Kboing, em que ela fala sobre os novos rumos que planeja dar à sua carreira musical, quais os próximos passos na televisão, além de contar seus segredos de beleza, sua relação com os fãs, como a internet facilita essa aproximação com o público, ente outros. Confira a seguir:

Kboing – O seu próximo disco está pra sair nos próximos meses. Tem algum detalhe que você pode adiantar?
Kelly Key –
Na verdade, estou com uma música nova, e o CD eu não estou muito preocupada em lançar agora. Estou preocupada com um reposicionamento no mercado, que eu acabei deixando de lado por conta da televisão (Kelly Key apresenta um quadro no Hoje em Dia, na TV Record). Talvez saia um CD. Não sei se um CD de inéditas, talvez um CD e um DVD ao vivo, com três músicas inéditas. Eu tenho que voltar com as minhas músicas antigas, que ainda fazem sucesso, mas com uma nova cara.

Kboing – E qual é essa sua nova música?
Kelly Key –
Chama-se “K-Diferente”, que eu cantei só no meu programa, não tem muito na Internet, mas as pessoas têm gostado bastante. Para mostrar uma mudança de visual, musical, de postura, de um amadurecimento que ganhei com os anos de carreira. Essa mudança eu quero mostrar e essa música serve para essa transição. Com o meu trabalho na TV, a parte musical acabou ficando um pouco de lado. Vou retomar essa parte agora, estou caminhando bem dentro da Record...tenho um contrato de quatro anos, a gente está com um programa que é líder de audiência...isso é um bom resultado pra mim. Agora eu volto para a música e lanço uma novidade porque não dá pra fazer mais a mesma coisa, depois de mim vieram muitas pessoas fazendo coisas semelhantes e como fui pioneira eu vou continuar sendo pioneira e irei transformar.

Kboing – O que você está pensando em trazer de diferente para sua carreira musical?
Kelly Key –
Eu ando curtindo muita música eletrônica e eu quero trazer umas ‘coisinhas’ assim, mais pista para o meu trabalho. “K-Diferente” é um pouquinho pista, não totalmente, porque eu também não posso mudar de repente: ‘Ah, a Kelly Key enlouqueceu’. Não, eu não enlouqueci, só quero trazer algo diferente. Quero que o público conheça um pouco mais sobre mim...acho que as pessoas ficaram muito presas ao que eu faço, as minhas músicas...e acabam fazendo referências como a Kelly Key é uma menininha, meiguinha, patricinha, canta música de criancinha. Quero mostrar que não sou patricinha, não sou meiguinha...às vezes (risos).

Kboing – Como tem sido a experiência de apresentar um programa de TV? (Rede Record). Acho que pode tirar...já falou lá em cima
Kelly Key –
Olha eu pensei que era fácil, até mais fácil que a música...mas os dois são difíceis. É um mercado super competitivo, você compete com pessoas que nem estão desempenhando a mesma função com você. Na música é mais tranqüilo. Eu gosto de me divertir trabalhando e isso faz com que eu consiga passar mais verdade, inclusive o Game Show tem me deixado ser livre, ser eu mesma, consigo brincar, rir, tem sido divertido e se for seguir esse caminho está bacana.

Kboing – Tem planos de investir na carreira de atriz também?
Kelly Key –
Meu contrato com a Record se restringe a apresentação. Propostas têm surgido, mas nada concreto. O Game Show não é um programa, é um quadro dentro do Hoje em Dia, que deu certo, era para ficar só dois meses e agora iremos levá-lo até o final do ano, foi acontecendo não foi planejado. Mas o que planejo dentro da Record é um programa meu, um programa para a família.

Kboing – Seus discos contam com composições próprias. Como é esse processo de compor pra você? Você se inspira no que?
Kelly Key –
Compor pra mim é bem complicado, não é tão fácil porque eu tenho uma linguagem muito minha e no início da carreira eu não pensava no que as pessoas iam imaginar, eu não estava nem aí, saia escrevendo e foi aí que surgiram meus maiores sucessos como “Baba”, “Cachorrinho”, “Anjo”...
Num determinado momento eu comecei a me preocupar demais porque as pessoas começaram a 'linkar' o que eu cantava com o que eu era...e hoje eu me preocupo mais com o que as pessoas vão achar, exatamente para não me rotularem mais, isso é um saco! É muito ruim! Hoje com 27 anos e 10 anos de carreira, em tão pouco tempo, ainda nova, graças a Deus, eu consigo fazer esse balanço, consigo transformar, consigo mudar. Eu ainda tenho um público de quatro anos, que vai crescer comigo, isso me proporciona no mínimo mais quatro anos na música, além do público adulto que é enorme que me acompanhou na sua adolescência e me carrega. Isso me dá vida eterna, me renova e eu sinto essa necessidade de renovar nas minhas músicas.

Kboing – Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Kelly Key –
Foram muitos. O início da carreira foi muito especial, mas eu não tinha maturidade para entender que aquele momento era especial. Eu achava o máximo, ter vivido a vida inteira vendo televisão e um dia eu estava lá sendo entrevistada por personalidades que eu sempre curti. É alucinante, é muito bom você ter a sua música como a mais executada em todo país e em muitos momentos em boa parte do mundo. Eu conheci o mundo através do meu trabalho e muito nova, tinha 17 anos, minha primeira filha tinha acabado de nascer, tudo aconteceu muito rápido comigo...Nesse primeiro momento eu não sabia realmente direito o que estava acontecendo eu só sabia que era muito bom e isso foi muito marcante: adolescente, rica, famosa, super solicitada, viajando pra caramba, eu tinha o mundo nas mãos...marcou também pelo conflito de emoções pelo excesso de fama, pela falta de tempo como chegar em casa e minha filha já ter falado uma palavra e eu não ter acompanhado esse processo ou já vê-la andando...
O meu segundo CD. O meu terceiro também marcou, porque a gente sempre acha que vai ser o último, que ninguém mais vai querer me ouvir...pensa como vai ser daqui a cinco anos, subir no palco, será que isso ainda vai existir? Por isso que cada CD, cada sucesso é muito marcante!
 
Kboing – Como é a sua relação com os fãs de uma faixa etária tão variada como os seus?
Kelly Key –
É o Máximo! Ah muitas pessoas perguntam: ah você leva muita cantada? Não.  Não levo cantadas, nada vulgar. As mulheres gostam muito de mim não só por causa do meu trabalho, mas porque eu tenho uma personalidade muito forte também, sou mãe de 2 filhos, fui mãe muito nova, tenho um relacionamento de oito anos, e a gente sabe que hoje em dia pra mulher ter um relacionamento forte durante tanto tempo não é fácil... Ai conserva corpo, cabelo, pele, é isso, é aquilo...então você acaba sendo um exemplo de beleza para muitas, apesar que eu acho que não mereço esse papel, porque eu nem me cuido tanto pra isso. Tem uma abordagem muito feminina nesta questão com comentários como “mas que coxa que você tem, menina o que você faz?”....Os homens me acham bonita, vem e falam: “você é muito mais bonita pessoalmente do que na televisão”, “Ah você é tão pequena pessoalmente”...
A abordagem de crianças e adultos é sim muito diferente, mesmo porque eu tolero algumas atitudes de crianças que eu não tolero em adultos, porque a criança é livre, ela faz o que dá na telha e tem que ser perdoada sempre. Pra crianças não tem limites, mas para os adultos eu gostaria que houvesse alguns limites em certas ocasiões. Exemplo se eu estou num restaurante, muitas vezes em reunião, um adulto vai saber esperar a reunião acabar pra chegar e muitas vezes não é o que acontece, alguns vem gritando “Meus Deus a Kelly Key, tira uma foto...?”, eu acho isso super inconveniente e me incomoda, mas se uma criança faz isso eu acho uma graça, morro de ri. Essas diferenças acontecem, umas me incomodam, outras não.

Kboing – Como você faz para manter a forma, que tanto seus fãs admiram?
Kelly Key –
Eu juro que 80% é genética e eu até agora estou segurando bem a minha boca, porque eu dei uma engordada feia e como eu estou querendo por umas roupas mais justinhas e mais curtinhas nos shows essa engordada não foi favorável. Já perdi uns 5 kg, mas o meu costume é comer o que eu tenho vontade: eu não gosto de refrigerante, isso já é um ponto a favor, meu problema é o doce, é o pão, que eu amo.
Eu procuro balancear na alimentação porque eu não malho, já que minha tendência é ganhar perna, bumbum, massa muscular e isso me engorda no vídeo. Eu malhei muito quando eu era mais nova, eu era escrava da academia e isso me cansou. O personal treiner me estressa, gritando: “não para, vamos embora” e se você come, ele pega na pele e já sabe: “você comeu muito no final de semana”. Ah pelo amor de Deus, vai te catar, eu não quero isso pra mim. Não quero me prender a essas coisas chatas, horríveis. Não, não quero! Quero poder estar em casa para relaxar, se eu tiver que fazer alguma atividade física eu vou fazer pilates, vou fazer yoga, vou nadar, vou correr, qualquer coisa que seja agradável de se fazer, eu não vou me estressar numa academia. Mas se houver necessidade, ok, eu vou fazer por conta do meu trabalho. Mas não por necessidade minha.

Kboing – Hoje com seu sucesso consolidado, como você analisa as criticas da mídia de usar a sensualidade como forma de chamar atenção para o seu trabalho, feitas no início de sua carreira?
Kelly Key –
Na época eu fiquei muito triste, me incomodou pra caramba porque eu não nunca tive intenção. Meu medo era isso passar a ser vulgar. Já hoje eu quero explorar cada vez mais a minha sensualidade, quero expor cada vez mais o que tenho de bonito pra mostrar, mais feminino que eu tiver para expor, eu quero expor. Porque não me importa muito...Eu sei que as pessoas vão falar da boca pra fora sobre ser vulgar, sobre ser ousada demais e eu acho que isso é uma pura hipocrisia...
O que de vulgar eu tenho na minha vida? Eu sou uma mãe de dois filhos, sou casada há oito anos, eu só tive dois namorados que todo mundo conheceu, eu tenho 27 anos e só tive relacionamentos duradouros desde os meus 14. Então não levo uma vida vulgar para receber esse título. Eu não vejo o porquê de não explorar a minha sensualidade, não explorar um corpo que eu tenho bonito, mesmo depois de ter sido mãe por duas vezes e o tempo estraga (risos). Eu exploro isso sim por gosto e com orgulho.

Kboing – Como você avalia sua trajetória artística?
Kelly Key –
Ainda é uma fase de crescimento, que eu pensei que não fosse durar seis meses e 10 anos de carreira, então estou no lucro. Hoje tenho uma responsabilidade, eu tenho um público que exige de mim, tenho seguidores, fã clube, tenho muita gente que admira meu trabalho. Eu vendo CD ainda! E vender CD hoje no nosso país é quase impossível, vender 10 mil CDs te faz um grande artista e eu chego a vender 50 mil. Eu ganho disco de ouro ainda, depois de 10 anos e isso graças aos meus fãs, a quem eu devo respeito, é pra quem eu devo meu trabalho, a minha dedicação. É com eles que tenho que me preocupar, é pra eles que eu trabalho.

Kboing – Como é a sua relação com a Internet? Você lança mão dessas ferramentas para se aproximar do seu público?
Kelly Key –
Eu tenho blog, Twitter, Facebook, eu tenho tudo, adoro! Acho o máximo, acho que a evolução tecnológia nos aproxima dos fãs. Eu estava falando há pouco do Twitter...eu estava em casa e aconteceu alguma coisa: minha filha estava durmindo abraçada com o gato e eu achei aquilo uma gracinha, tirei uma foto dela e quis dividir esse momento com os fãs, se não fosse o Twitter eles nunca iriam participar tanto da minha intimidade. Cortei meu cabelo, mudei meu visual, vou mostrar para os meus fãs, tirei uma foto, postei no Twitter. Com a internet as pessoas têm mais conhecimento de como eu realmente sou.
Eu entrei no Twitter, que é um público mais adulto imaginando que eu só tinha público infantil ou a maioria, pensei: “Ah, eu não vou passar de 10 mil seguidores”, eu tenho mais de 100 mil seguidores. Isso pra mim é uma vitória, que conquisto a cada dia porque cada dia que entro tenho mais dois mil seguidores, mais dois mil seguidores...Caramba, que legal, vamos explodir o Twitter! (risos)

Kboing – Deixe uma mensagem para seus fãs que acessam o Kboing.
Kelly Key –
Pra vocês que curtiram essa entrevista no Kboing um beijo. Espero que vocês tenham gostado! Acessem meu site www.kellykey.com.br, lá tem todos os links pra você falar comigo no Twitter e até por e-mail. Valeu, um beijo!

O Kboing está realizando uma promoção cultural que irá premiar os internautas com CDs autografados da Kelly Key. Para participar basta responder: "Qual a música da Kelly Key você mais gosta e por que?". Acesse aqui.